🔺Dia Mundial do Orgasmo: por que ainda é tabu falar de prazer em pleno 2025?
- Jornalista Ândrea Sasse
- 31 de jul.
- 2 min de leitura

Você sabia que o dia 31 de julho é marcado pela celebração do Dia Mundial do Orgasmo? A data pode até parecer inusitada à primeira vista, mas traz consigo uma pauta séria, necessária e, por que não, prazerosa: a importância de falar abertamente sobre sexualidade, saúde íntima e os muitos tabus que ainda cercam o orgasmo — especialmente o feminino.
Uma data que nasceu da provocação
O Dia Mundial do Orgasmo surgiu no Reino Unido, em 1999, como parte de uma campanha de conscientização promovida por uma organização chamada “Centro de Terapia Sexual”, com o objetivo de chamar atenção para a desigualdade sexual entre homens e mulheres. Desde então, a data ganhou o mundo e passou a ser comemorada com o intuito de incentivar o diálogo sobre o prazer sexual como parte essencial da saúde física e mental.
O orgasmo ainda é um privilégio?
Embora muito tenha se avançado nos debates sobre sexualidade, pesquisas recentes revelam um dado ainda desconfortável: uma significativa parcela das mulheres não chega ao orgasmo em suas relações. O chamado “gap do orgasmo” escancara uma desigualdade real entre os gêneros no campo do prazer — tema que costuma ser ignorado em muitas conversas, especialmente dentro dos relacionamentos heterossexuais.
Enquanto o prazer masculino é frequentemente naturalizado e até esperado, o feminino ainda é visto como “bônus”, como se fosse opcional. Resultado? Mulheres que fingem, se frustram ou silenciam suas vontades por medo de julgamento, culpa ou falta de informação.
Curiosidades sobre o orgasmo
O orgasmo libera endorfinas e ocitocina, hormônios ligados ao bem-estar, à redução do estresse e ao fortalecimento de vínculos emocionais.
O corpo feminino é biologicamente projetado para o prazer: o clitóris tem mais de 8 mil terminações nervosas, sendo o único órgão com função exclusivamente ligada ao prazer.
Algumas culturas, como a da Idade Média, viam o orgasmo feminino como essencial para a concepção — algo que, cientificamente, sabemos hoje não ser verdade, mas que mostra como a percepção sobre o prazer mudou (ou se escondeu) com o tempo.
Por que ainda é tabu?
A resposta envolve uma mistura de religião, patriarcado e desinformação. Durante séculos, o prazer foi negado às mulheres, tratado como pecado ou como algo menor. E apesar de vivermos tempos mais abertos, muitos ainda se sentem constrangidos ao falar sobre o assunto — seja por falta de educação sexual, seja por medo de julgamentos sociais.
Falar de orgasmo é falar de saúde
O orgasmo vai além do prazer: ele está diretamente relacionado à qualidade de vida, autoestima, saúde hormonal e emocional. Não se trata apenas de sexo, mas de autoconhecimento, liberdade e bem-estar.