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Arthur O Urso e a poligamia simbólica: o que essa busca por amor livre revela sobre nossa sociedade?

  • Foto do escritor: Jornalista Ândrea Sasse
    Jornalista Ândrea Sasse
  • 31 de mai.
  • 3 min de leitura
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Em 2021, o influenciador brasileiro Arthur O Urso ganhou destaque na mídia ao realizar um casamento simbólico com nove mulheres.

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O ato, que teve grande repercussão nas redes sociais, voltou a ser tema de debate recentemente, com o próprio Arthur reacendendo a discussão sobre o amor livre, a liberdade afetiva e os limites sociais e legais da poligamia no Brasil.


Mas afinal, o que está por trás de uma união como essa? Quais são os impactos jurídicos, sociais e culturais de um casamento poligâmico — ainda que simbólico — em um país como o nosso?




O que a lei brasileira diz sobre isso?


No Brasil, a legislação não reconhece a poligamia. O casamento civil é regulamentado pelo Código Civil e pela Constituição Federal, que define a união estável e o casamento como uma relação entre duas pessoas — seja de sexos diferentes ou do mesmo sexo, desde a decisão do STF em 2011.


Ou seja, do ponto de vista jurídico:


  • Casamentos com mais de duas pessoas não são válidos legalmente.

  • Apenas uma relação por vez pode ser formalizada no cartório.

  • Mesmo as chamadas “uniões estáveis simultâneas” (quando alguém tem dois relacionamentos afetivos paralelos) são objeto de controvérsia e, em geral, não recebem reconhecimento oficial.



No caso de Arthur O Urso, o casamento com nove mulheres foi apenas simbólico, sem qualquer efeito legal. Portanto, não produz direitos ou deveres jurídicos, como partilha de bens, herança ou pensão alimentícia.




O que significa um casamento simbólico e por que ele gera tanto debate?


Um casamento simbólico é uma cerimônia sem registro oficial, muitas vezes realizada para expressar compromissos afetivos, crenças ou ideologias. No caso de Arthur, trata-se de uma declaração pública de amor livre e não monogamia, um movimento que tem ganhado força entre grupos que questionam os padrões tradicionais de relacionamento.


Esse tipo de união provoca reações intensas porque toca em tabus profundos da sociedade, como:


  • A monogamia como norma cultural e religiosa.

  • A ideia de que o amor deve ser exclusivo e duradouro entre duas pessoas.

  • Os papéis de gênero dentro de relacionamentos afetivos.



A imagem de um homem casando-se com várias mulheres, mesmo simbolicamente, levanta reflexões e também críticas: seria uma forma de libertação ou apenas reprodução de um modelo patriarcal disfarçado de liberdade?




O que um casamento poligâmico comunica à sociedade?


Quando uma figura pública como Arthur O Urso realiza e divulga um casamento com múltiplas parceiras, ele está enviando diversas mensagens, dependendo do ponto de vista:


  1. Liberdade afetiva: Para alguns, é uma forma de desafiar a estrutura tradicional dos relacionamentos, propondo novos formatos baseados em acordo, consentimento e pluralidade emocional.

  2. Questionamento das normas sociais: A prática simboliza uma crítica à monogamia obrigatória e à ideia de que existe um único modelo legítimo de amar e se relacionar.

  3. Espetacularização das relações: Por outro lado, há quem veja nesse tipo de ação uma tentativa de chamar atenção ou ganhar notoriedade, mais do que promover uma real mudança social.

  4. Desigualdade e imagem patriarcal: Quando a poligamia ocorre de um homem com várias mulheres, muitos enxergam a reprodução de um padrão antigo, em que o homem exerce poder sobre várias parceiras — o que pode ser contraditório com os discursos de igualdade de gênero.




Reflexões para além do caso


A trajetória de Arthur O Urso, e sua volta ao debate público, abre espaço para refletirmos sobre:


  • O papel das redes sociais na formação de novos modelos de relacionamento.

  • O quanto estamos preparados, como sociedade, para aceitar formatos afetivos que fogem da norma.

  • A diferença entre liberdade afetiva real e relações que apenas parecem “livres”, mas ainda reproduzem desigualdades.



Mais do que julgar, é fundamental refletir com profundidade sobre as transformações no modo como amamos, convivemos e nos relacionamos. Afinal, a busca por formas mais autênticas de amar é legítima — mas precisa vir acompanhada de respeito mútuo, responsabilidade emocional e consciência social.


Imagens podem ter direitos autorais

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