Choque na Europa: Grécia aprova lei que permite jornada de 13 horas e reacende debate global sobre direitos trabalhistas
- Jornalista Ândrea Sasse

- 16 de out.
- 2 min de leitura

Em uma decisão que causou forte repercussão dentro e fora da Europa, o Parlamento da Grécia aprovou, nesta quinta-feira (16), uma reforma trabalhista que permite jornadas de até 13 horas diárias em situações excepcionais.
O governo insiste que a jornada de trabalho de 13 horas é opcional, afeta apenas o setor privado e pode ser aplicada apenas até 37 dias por ano.
A medida, defendida pelo governo como uma tentativa de modernizar as leis trabalhistas e aumentar a competitividade, foi duramente criticada por sindicatos e especialistas, que a classificaram como um grave retrocesso nos direitos dos trabalhadores.
O governo grego afirma que a reforma visa combater o trabalho informal e flexibilizar o mercado de trabalho, permitindo que os cidadãos tenham mais liberdade para gerenciar suas horas.
Mas, para especialistas em relações trabalhistas, o impacto pode ser devastador. “Essa medida representa um retorno às condições de trabalho do século XIX”, disse um analista da Confederação Europeia de Sindicatos. “Flexibilização não pode significar precarização. Uma jornada de 13 horas é desumana e prejudicial à saúde física e mental dos trabalhadores.”
A repercussão foi imediata em outros países da União Europeia, onde o tema reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre produtividade e bem-estar. Enquanto alguns economistas argumentam que a flexibilização é necessária diante das novas formas de trabalho e da automação, movimentos sindicais alertam que o precedente grego pode inspirar reformas semelhantes em outras nações, reduzindo conquistas históricas dos trabalhadores.
Em um cenário global marcado por discussões sobre burnout, qualidade de vida e direito à desconexão, a nova lei grega surge como um teste para o futuro das relações trabalhistas no século XXI — e um lembrete de que o progresso econômico não pode ser construído às custas do tempo e da dignidade humana.
Imagem pode ter direitos autorais







