Influenciador vende testículo para comprar iPhone 17 Pro Max Laranja – até onde vai o consumismo?
- Jornalista Ândrea Sasse

- 29 de set.
- 3 min de leitura

O influenciador digital conhecido como Boy Paulin voltou a chamar atenção nas redes sociais. Desta vez, não foi por um desafio excêntrico nem por um vídeo viral, mas por uma decisão que deixou muita gente chocada: ele teria vendido um testículo para comprar o novo iPhone 17 Pro Max na cor Laranja Solar, o modelo mais desejado do momento.
Segundo Paulin, o sacrifício valeu a pena: “Perdi uma bolinha, mas ganhei status e um celular que vai durar pelo menos uns dois anos. Depois a gente dá um jeito.”
O consumismo que ultrapassa limites
A história de Paulin não é única no mundo do consumismo desenfreado. Em outras ocasiões, jovens já viralizaram ao vender rins, carros, heranças ou até trocar viagens internacionais por versões mais recentes de smartphones. Em 2012, um adolescente chinês ficou famoso por vender um rim para comprar um iPad e um iPhone da época — e hoje sofre consequências graves de saúde.
Casos como esse levantam uma questão: até onde estamos dispostos a ir para ter o “objeto de desejo” do momento?
É possível vender órgãos?
Na prática, não. No Brasil, a venda de órgãos é ilegal, assim como em praticamente todo o mundo. O comércio de partes do corpo humano é proibido por lei e passível de prisão. A doação de órgãos só pode ser feita de forma altruísta, dentro do sistema de saúde, e com consentimento.
Já no caso de testículos especificamente, há outra peculiaridade:
Tecnicamente, o transplante de testículo já foi feito em casos raríssimos, mas ele não é um procedimento médico viável ou comum por vários motivos:
Casos documentados – Há registros de transplantes de testículo entre irmãos gêmeos idênticos, porque nesses casos não existe risco de rejeição imunológica (já que o DNA é o mesmo).
Questão genética – O testículo produz espermatozoides com o DNA da pessoa doadora, não do receptor. Isso gera um grande dilema ético e legal: se um homem recebesse um testículo de outro, biologicamente os filhos seriam do doador, não do receptor.
Risco de rejeição – Em pessoas que não são gêmeos idênticos, o corpo rejeitaria o órgão facilmente, mesmo com imunossupressores.
Alternativas médicas – Em vez de transplante, o que existe em pesquisas é o transplante de tecido testicular (pequenos fragmentos) ou técnicas para preservar a fertilidade em pacientes com câncer, mas ainda em caráter experimental.
Ou seja, a ideia de vender um testículo para outra pessoa é inviável. O que pode acontecer é a pessoa doar para estudos científicos, em troca de uma compensação financeira — mas nada que chegue ao preço de um iPhone de última geração.
O símbolo de status do iPhone
O episódio com Boy Paulin joga luz sobre como o iPhone se tornou um símbolo de status social. Mais do que um celular, ele é visto como um passaporte para pertencimento, influência e visibilidade. Em algumas rodas, o modelo mais recente virou sinônimo de poder econômico, mesmo que muitas vezes seja conquistado às custas de dívidas, sacrifícios ou, no caso do influenciador, de uma decisão radical.
Vale a pena refletir
A história pode ter tons de exagero — e muitos acreditam que Boy Paulin esteja apenas encenando para viralizar —, mas o alerta é real: o consumismo cego tem feito pessoas arriscarem saúde, bem-estar e até a própria dignidade em troca de objetos que, inevitavelmente, serão substituídos em poucos meses.
E fica a pergunta: vale a pena perder um pedaço de si mesmo para ganhar curtidas na internet?
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