Turista Pula Cerca e Danifica Dois Guerreiros de Terracota na China. 🇨🇳
- Jornalista Ândrea Sasse

- 1 de jun.
- 3 min de leitura

Em um lamentável episódio ocorrido recentemente na China, um turista desrespeitou as barreiras de proteção e danificou dois Guerreiros de Terracota, um dos maiores tesouros arqueológicos do mundo. A notícia reacende uma discussão necessária: até que ponto vai a irresponsabilidade humana diante do patrimônio histórico da humanidade?
O que são os Guerreiros de Terracota?
Os Guerreiros de Terracota são uma coleção impressionante de esculturas em tamanho real, descobertas em 1974 na província de Shaanxi, próximo à cidade de Xi’an. Eles foram enterrados há mais de dois mil anos para proteger o túmulo do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang. Estima-se que existam mais de 8.000 soldados, 130 carruagens com 520 cavalos e 150 cavalos de cavalaria, todos com detalhes únicos que refletem a complexidade do exército imperial.
Mais do que apenas obras de arte, essas esculturas representam um marco da engenharia, arte e organização militar da China antiga. Em 1987, o conjunto foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO e é considerado uma das descobertas arqueológicas mais significativas do século XX.
A importância histórica e cultural
Essas estátuas são uma janela para o passado — revelam muito sobre a estrutura política, as crenças religiosas e o poder do império chinês da dinastia Qin. A preservação desse sítio arqueológico é de interesse não apenas da China, mas de toda a humanidade, pois faz parte do acervo cultural que nos conecta à nossa história compartilhada.
O que acontece quando um turista danifica um patrimônio?
Ações como a do turista que pulou a cerca e danificou os Guerreiros de Terracota são tratadas com extrema seriedade. Além da indignação pública, há consequências legais severas. Na China, vandalizar patrimônios culturais pode resultar em multas pesadas, prisão e até deportação no caso de estrangeiros. Dependendo da extensão do dano, o infrator pode ser acusado de crime contra a herança cultural nacional.
Além disso, os custos de restauração podem ser altíssimos e, em alguns casos, o dano é irreversível. Não se trata apenas de “quebrar uma estátua”, mas de violar um símbolo milenar da humanidade.
Outros casos de danos causados por turistas
Infelizmente, esse não é um caso isolado. A seguir, alguns exemplos de como o turismo irresponsável tem causado prejuízos incalculáveis:
Coliseu de Roma, Itália: diversos turistas foram presos ou multados por riscar seus nomes nas paredes do anfiteatro romano. Em 2023, um turista britânico gerou revolta ao gravar suas iniciais com uma chave.
Machu Picchu, Peru: visitantes já danificaram pedras históricas e chegaram a acampar ilegalmente nas ruínas. Em 2020, seis turistas foram detidos por fazer necessidades fisiológicas no local sagrado.
Museu do Louvre, França: a famosa “Monalisa” já foi alvo de tentativas de vandalismo, incluindo o arremesso de um bolo em 2022 por um manifestante disfarçado.
Templo de Luxor, Egito: um adolescente chinês causou indignação internacional ao rabiscar seu nome em uma parede milenar com inscrições hieroglíficas.
Educação e respeito: o turismo que preserva
Turismo é uma ponte entre culturas, mas também um exercício de responsabilidade. Visitar locais históricos requer mais do que selfies: exige respeito, consciência e empatia. Cada monumento, templo ou ruína é um pedaço vivo da história, e cabe a cada visitante ajudar a preservá-lo.
A tragédia de ver uma obra milenar danificada por descuido ou ignorância é um alerta: precisamos de mais educação patrimonial, fiscalização e, acima de tudo, consciência. O mundo é nosso museu coletivo!







